Limites do liberalismo no processo de independência do Brasil:
A palavra liberal
refere-se a uma filosofia política que tenta limitar o poder político,
defendendo e apoiando os direitos individuais. Tais ideias surgiram com os
pensadores iluministas do século XVIII, como John Locke e
Montesquieu, que tentaram estabelecer os limites do poder político ao a firmarem
que existiam direitos naturais e leis fundamentais de governo que nem os reis
poderiam ultrapassar sob o risco de se transformarem em tiranos.
Tais
pensamentos combinavam com a ideia de que a liberdade comercial iria
ser benéfica a todos. Tal ideia foi posteriormente associada com a defesa do
capitalismo. O liberalismo econômico pregava o fim da intervenção do Estado na
produção e na distribuição das riquezas, o fim das medidas protecionistas e dos
monopólios e defendia a livre concorrência entre as empresas. No Brasil,
as ideias liberais chegaram no início do século XIX, tendo maior influência a
partir da Independência de 1822. O liberalismo brasileiro só
pode ser entendido com referência à realidade brasileira. Os principais adeptos
foram homens interessados na economia de exportação e importação, muitos
proprietários de grandes extensões de terra e escravos. Ansiavam por manter as
estruturas tradicionais de produção, libertando-se do jugo de Portugal e
ganhando espaço no livre-comércio. Esta elite tencionava manter as estruturas
sociais e econômicas. Após a independência, os liberais tencionavam ampliar o
poder legislativo em detrimento do poder real.
Durante
o período Imperial teremos a formação de dois grupos políticos distintos no
Brasil: liberais e conservadores. Os primeiros defendiam um sistema de educação
livre do controle religioso, uma legislação favorável à quebra do monopólio da
terra e favoreciam a descentralização das províncias e municípios. Os
conservadores opunham-se a essas ideias. Todo o período imperial foi marcado
por tensões e conciliações entre os dois grupos. Vários conservadores passaram
para o lado liberal e como também vários liberais foram responsáveis
por fundar o Partido Republicano no final deste período.Os liberais
brasileiros foram incapazes de realizar os ideais do liberalismo, pois estes
transcendiam a política. Nenhuma das reformas que os liberais realizaram
eliminou o conflito entre a retórica liberal e o sistema de patronagem. As
reformas defendiam apenas os seus interesses comerciais e a manutenção da
exploração do trabalho.
Temos
que distinguir dois tipos de liberalismo
no Brasil: aquele ligado aos proprietários rurais e aquele dos profissionais
urbanos. Estes últimos só apareceram a partir da década de 1860, com o maior
desenvolvimento urbano e o aumento das pessoas letradas. Neste meio urbano, o
liberalismo clássico dos direitos individuais teve melhores condições de se
desenvolver.
ü A independência
política no Brasil - Introdução:
A independência do Brasil, enquanto processo histórico se desenhou muito
tempo antes do príncipe regente Dom Pedro I proclamar o fim dos nossos laços
coloniais às margens do rio Ipiranga. De fato, para entendermos como o Brasil
se tornou uma nação independente, devemos perceber como as transformações
políticas, econômicas e sociais inauguradas com a chegada da família da Corte
Lusitana ao país abriram espaço para a possibilidade da independência. A
chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil foi episódio de grande importância
para que possamos iniciar as justificativas da nossa independência. Ao pisar em
solo brasileiro, Dom João VI tratou de cumprir os acordos firmados com a
Inglaterra, que se comprometera em defender Portugal das tropas de Napoleão e
escoltar a Corte Portuguesa ao litoral brasileiro. Por isso, mesmo antes de
chegar à capital da colônia, o rei português realizou a abertura dos portos
brasileiros às demais nações do mundo. Do ponto de vista econômico, essa medida
pôde ser vista como um primeiro “grito de independência” onde a colônia
brasileira não mais estaria atrelada ao monopólio comercial imposto pelo antigo
pacto colonial. Com tal medida, os grandes produtores agrícolas e comerciantes
nacionais puderam avolumar os seus negócios e viver um tempo de prosperidade
material nunca antes experimentado em toda história colonial. A liberdade já
era sentida no bolso de nossas elites. Para fora do campo da economia, podemos
salientar como a reforma urbanística feita por Dom João VI promoveu um
embelezamento do Rio de Janeiro até então nunca antes vivida na capital da
colônia, que deixou de ser uma simples zona de exploração para ser elevada à
categoria de Reino Unido de Portugal e Algarves. Se a medida prestigiou os
novos súditos tupiniquins, logo despertou a insatisfação dos portugueses que
foram deixados à mercê da administração de Lorde Protetor do exército inglês.
Essas medidas, tomadas até o ano de 1815, alimentaram um movimento de mudanças
por parte das elites lusitanas, que se viam abandonada por sua antiga
autoridade política. Foi nesse contexto que uma revolução constitucionalista
tomou conta dos quadros políticos portugueses em agosto de 1820. A Revolução
Liberal do Porto tinha como objetivo reestruturar a soberania política
portuguesa por meio de uma reforma liberal que limitaria os poderes do rei e
reconduziria o Brasil à condição de colônia. Os revolucionários lusitanos
formaram uma espécie de Assembléia Nacional que ganhou o nome de “Cortes”. Nas
Cortes, as principais figuras políticas lusitanas exigiam que o rei Dom João VI
retornasse à terra natal para que o mesmo legitimasse as transformações
políticas em andamento. Temendo perder sua autoridade real, D. João saiu do
Brasil em 1821 e nomeou seu filho, D. Pedro I, como príncipe regente do Brasil.
A medida ainda foi acompanhada pelo rombo dos cofres brasileiros, o que deixou
a nação em péssimas condições financeiras. Em meio às conturbações políticas
que se viam contrárias às intenções políticas dos lusitanos, Dom Pedro I tratou
de tomar medidas em favor da população tupiniquim. Entre suas primeiras
medidas, o príncipe regente baixou os impostos e equiparou as autoridades
militares nacionais às lusitanas. Naturalmente, tais ações desagradaram
bastante as Cortes de Portugal. Mediante as claras intenções de Dom Pedro, as
Cortes exigiram que o príncipe retornasse para Portugal e entregasse o Brasil
ao controle de uma junta administrativa formada pelas Cortes. A ameaça vinda de
Portugal despertou a elite econômica brasileira para o risco que as benesses
econômicas conquistadas ao longo do período joanino corriam. Dessa maneira,
grandes fazendeiros e comerciantes passaram a defender a ascensão política de
Dom Pedro I a líder da independência brasileira. No final de 1821, quando as
pressões das Cortes atingiram sua força máxima, os defensores da independência
organizaram um grande abaixo-assinado requerendo a permanência e Dom Pedro no
Brasil. A demonstração de apoio dada foi retribuída quando, em 9 de janeiro de
1822, Dom Pedro I reafirmou sua permanência no conhecido Dia do Fico. A partir
desse ato público, o príncipe regente assinalou qual era seu posicionamento
político. Logo em seguida, Dom Pedro I incorporou figuras políticas
pró-independência aos quadros administrativos de seu governo. Entre eles
estavam José Bonifácio, grande conselheiro político de Dom Pedro e defensor de
um processo de independência conservador guiado pelas mãos de um regime
monárquico. Além disso, Dom Pedro I firmou uma resolução onde dizia que nenhuma
ordem vinda de Portugal poderia ser adotada sem sua autorização prévia. Essa
última medida de Dom Pedro I tornou sua relação política com as Cortes
praticamente insustentável. Em setembro de 1822, a assembleia lusitana enviou
um novo documento para o Brasil exigindo o retorno do príncipe para Portugal
sob a ameaça de invasão militar, caso a exigência não fosse imediatamente
cumprida. Ao tomar conhecimento do documento, Dom Pedro I (que estava em
viagem) declarou a independência do país no dia 7 de setembro de 1822, as
margens do Rio Ipiranga.
Motivos da independência
do Brasil:
ü
Vontade de grande parte da elite política
brasileira em conquistar a autonomia política
ü
Desgaste do sistema de controle econômico, com
restrições e altos impostos, exercido pela Coroa Portuguesa no Brasil;
ü
Tentativa da Coroa Portuguesa em recolonizar o
Brasil.
O vídeo acima explica
sobre a Independência do Brasil...
ü
Início do
descobrimento e a produção colonial
A expressão "descobrimento" do Brasil
está composta de eurocentrismo ,que significa a valorização da cultura europeia em detrimento das outras,
pois desconsidera a existência dos índios em nosso país antes da chegada dos
portugueses. Portanto, opta-se pelo termo "chegada" dos portugueses
ao Brasil. Esta ocorreu em 22 de abril de 1500, data que inaugura a fase
pré-colonial.Neste período não houve a colonização do Brasil, pois os portugueses não se
fixaram na terra. Após os primeiros contatos com os indígenas, muito bem
relatados na carta de Caminha, os portugueses começaram a explorar o pau-brasil da Mata Atlântica.
O pau-brasil tinha um grande valor no mercado europeu, pois sua seiva, de cor
avermelhada, era muito utilizada para tingir tecidos. Para executar esta
exploração, os portugueses utilizaram o escambo,
ou seja, deram espelhos, apitos, chocalhos e outras bugigangas aos nativos em
troca do trabalho (corte do pau-brasil e carregamento até as caravelas).
Nestes trinta anos, o Brasil foi atacado pelos holandeses, ingleses e franceses que
tinham ficado de fora do Tratado de Tordesilhas. Os corsários ou piratas também saqueavam e
contrabandeavam o pau-brasil, provocando pavor no rei de Portugal. O medo da
coroa portuguesa era perder o território brasileiro para outro país. Para
tentar evitar estes ataques, Portugal organizou e enviou ao Brasil as
Expedições Guarda-Costas, porém com poucos resultados.
Os portugueses continuaram a exploração da madeira,
construindo as feitorias no litoral que nada mais eram do que armazéns e postos
de trocas com os indígenas.
No ano de 1530, o rei de Portugal organizou a primeira
expedição com objetivos de colonização. Esta foi comandada por Martin Afonso de
Souza e tinha como objetivos: povoar o território brasileiro, expulsar os
invasores e iniciar o cultivo de cana-de-açúcar no Brasil.
O açúcar era um produto de muita aceitação na Europa e alcançava um grande valor. Após as experiências positivas de cultivo no Nordeste, já que a cana-de-açúcar se adaptou bem ao clima e ao solo nordestino, começou o plantio em larga escala. Seria uma forma de Portugal lucrar com o comércio do açúcar, além de começar o povoamento do Brasil. A mão-obra-obra escrava, de origem africana, foi utilizada nesta fase.
Os portugueses continuaram a exploração da madeira, construindo as feitorias no litoral que nada mais eram do que armazéns e postos de trocas com os indígenas.
Para melhor organizar a colônia, o rei resolveu dividir o
Brasil em Capitanias Hereditárias. O território foi dividido em faixas de
terras que foram doadas aos donatários. Estes podiam explorar os recursos da
terra, porém ficavam encarregados de povoar, proteger e estabelecer o cultivo
da cana-de-açúcar. No geral, o sistema de Capitanias Hereditárias fracassou, em
função da grande distância da Metrópole, da falta de recursos e dos ataques de
indígenas e piratas. As capitanias de São Vicente e Pernambuco foram as únicas
que apresentaram resultados satisfatórios, graças aos investimentos do rei e de
empresários.
A capital do Brasil neste período foi Salvador, pois a
região Nordeste era a mais desenvolvida e rica do país.
Após a descoberta das primeiras minas de ouro, Portugal tratou
de organizar sua extração. Interessado nesta nova fonte de lucros, já que o
comércio de açúcar passava por uma fase de declínio, ele começou a cobrar o
quinto. O quinto nada mais era do que um imposto cobrado pela coroa portuguesa
e correspondia a 20% de todo ouro encontrado na colônia. Este imposto era
cobrado nas Casas de Fundição.A descoberta de ouro e o início da exploração da
minas nas regiões auríferas (Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás) provocou uma
verdadeira "corrida do ouro" para estas regiões. Procurando trabalho
na região, desempregados de várias regiões do país partiram em busca do sonho
de ficar rico da noite para o dia.
ü
A relação
entre a metrópole portuguesa e os colonos
Ao contrário dos espanhóis que rapidamente encontraram metais preciosos em suas colônias, os portugueses levaram alguns séculos até chegar às minas de ouro. Mas isso não impediu que desenvolvessem também uma colonização de exploração.A princípio se beneficiaram com o pau-brasil, árvore abundante no litoral brasileiro, mas que foi totalmente extinta. Dela retirava-se um líquido que servia para tingir tecidos.O rei de Portugal, à época Dom Sebastião, não demorou a declarar a exploração do pau-brasil monopólio da Metrópole. Ninguém poderia retirar pau-brasil sem permissão da coroa portuguesa e o pagamento de tributos.O primeiro a conseguir o direito de explorar o pau-brasil foi um comerciante português, Fernão de Noronha. Ele se estabeleceu no litoral do nordeste brasileiro, em 1502.
Por ser uma
colônia, o Brasil estava submetido ao pacto colonial português, também chamado
exclusivo comercial metropolitano, que foi um sistema pelo qual os países da
Europa que possuíam colônias na América, mantinham o monopólio da importação das matérias-primas
mais lucrativas dessas possessões, bem como da exportação de bens de consumo
para as respectivas colônias.
O pacto
colonial inclui obediência política, ou seja, as leis a serem obedecidas deviam
ser as mesmas leis (ou adaptadas) da metrópole correspondente à colônia.O objetivo das autoridades reais era garantir que as
atividades econômicas da colônia gerassem lucros para a metrópole.O
pacto,limitava as atividades econômicas da elite colonial. Por um lado, os
colonos só podiam vender sua produção a comerciantes legalizados pelas
metrópoles, o que não garantia bons preços a eles. Por outro lado, a proibição
de instalação de manufaturas nas colônias na América impedia a elite colonial
de investir em outro setor de produção que não fosse o agrário. Resumindo,
pacto colonial é o conjunto de regras que regem o relacionamento entre as
Metrópoles e suas colônias.
O fim do pacto colonial só ocorreu em 1808, com a vinda da
família real para o Brasil. Dom João, Príncipe Regente, assinou uma carta Régia
abrindo os portos às nações amigas, ou seja, o Brasil deixava a partir desta
data de comercializar somente com Portugal.Outra medida importante foi a
liberação para que a colônia passasse a produzir manufaturas. Dom João
esperava, com esta atitude, impulsionar a produção manufatureira aqui no
Brasil, mas isto não ocorreu.
Em 1810, foi firmado um tratado comercial com a Inglaterra,
o qual estabeleceu que os produtos ingleses entrariam no Brasil pagando um
imposto menor. A Inglaterra passou a pagar 15% de imposto sobre o valor das
mercadorias, enquanto Portugal 16% e outros países, 24%.
ü
As
pessoas se revoltam contra os portugueses e assim surgiram
revoltas,guerras,inconfidências....
Durante o processo de independência do Brasil,a população estava se revoltando contra os portugueses no poder devido à diversos motivos .Atitudes como a exploração política e econômica exercida por Portugal sobre o Brasil levaram com que ocorre-se várias revoltas e inconfidências pelo Brasil,entre estas as mais conhecidas são a Inconfidência Mineria,Inconfidência baiana,Revolta dos mascates e Guerra dos emboadas.
Desenho representativo de Tiradentes,com a bandeira de Minas gerais. |
Inconfidência Mineira,foi um movimento de caráter
separatista,ocorrido em Minas Gerais no ano de 1789,cujo principal objetivo era
libertar o Brasil do domínio português.O lema da Inconfidência era
“Liberdade,ainda que tardia’’.Os principais representantes da inconfidência
mineira foram: Claudio Manuel da Costa,Inácio José de Alvarenga Peixoto,Tomás
Antônio Gonzaga,Carlos Correia,Oliveira Rolim,Francisco Antônio de Oliveira
Lopes e o principal representante,Joaquim José da Silva Xavier( Tiradentes).
A inconfidência Baiana ou Revolta dos Alfaiates foi um movimento de
caráter emancipacionista, ocorrido no em 1798, na então Capitania da Bahia.
Teve influências dos ideais da Revolução Francesa, defendeu importantes
mudanças sociais e políticas na sociedade.Os motivos que levaram a essa revolta
foram a insatisfação popular com o elevado preço cobrado pelos produtos
essenciais e alimentos,além da carência destes,a forte insatisfação com o
domínio português sobre a colônia Brasil.Tinham como objetivo colocar um fim no
pacto colonial com Portugal,liberdade e igualdade entre as pessoas.O movimento
contou com a participação de pobres,letrados,padres,escravos,ex-escravos,pequenos
comerciantes,alfaiates e um dos principais líderes,o médico baiano Cipriano
Barata.
Na guerra dos mascates ,que ocorreu entre 1710 e 1711 na capitania de Pernambuco, ouve uma rebelião nativista pela disputa do poder político entre as cidades de Olinda e Recife. O conflito correu,entre a aristocracia açucareira de Olinda e os mascates,que na verdade eram comerciantes portugueses,de Recife.
Na guerra dos emboabas, os bandeirantes queriam exclusividade na exploração do ouro nas minas que encontraram. Entraram em choque com os paulistas que estavam explorando o ouro das minas.
ü
O quê é e
como foi o período Joanino?
Napoleão Bonaparte,imperador da França. |
Napoleão Bonaparte foi coroado imperador da França em 1804.
Conquistou grande parte da Europa continental,porém, não conseguiu, contudo,
submeter a Inglaterra.
Em 1806, o imperador francês Napoleão Bonaparte assinou em
Berlim o decreto do Bloqueio Continental, que proibia, a todos os países do
continente europeu, fazer comércio com a Grã-Bretanha .O fato de Napoleão ter
determinado essa medida em plena capital da Prússia , nos dá conta da hegemonia
que ele alcançara sobre as demais monarquias da Europa. O Bloqueio Continental deixou Portugal em uma situação delicada. Desde
1641, o país caíra sob a dominação da Inglaterra. Se por um
lado Portugal não podia afrontar Napoleão, dada sua vulnerabilidade a um ataque
francês, por outro também não podia simplesmente romper com a Inglaterra. A
indiscutível supremacia marítima britânica inviabilizaria as comunicações entre
Portugal e Brasil – principal colônia lusitana, de cuja exploração dependia a
própria sobrevivência econômica de Portugal.
Dom João VI (ao lado de sua esposa, Carlota Joaquina) |
Portugal transferiu seu
estado para o Brasil ,atitude que foi fundamental para que nosso país pudesse
encaminhar seu processo de emancipação política. Após a chegada da família real portuguesa no Brasil,
iniciou-se o período joanino (1808-1821). O governo português concedeu ao comércio e aos cidadãos britânicos
condições privilegiadas para atuar no Brasil. Mas outra não poderia ser a
atitude lusitana, tendo em vista a fragilidade da posição de Portugal em face
de seu poderoso aliado.
Medidas importantes foram tomadas pelo governo de
D.João , como a suspensão da proibição de manufaturas estabelecidas por
D.Maria I ,em 1785.No governo ‘’Joanino’’ criou-se o Banco do Brasil, fundou-se
o Jardim Botânico, organizou-se a Academia Militar, a Escola de Belas Artes e a
Biblioteca Real (futura Biblioteca Nacional),com cerca de 60 mil obras vindas
de Portugal.Instalou-se também o primeiro curso superior do Brasil:a Escola de
Cirurgia da Bahia.Várias instituições foram transferidas de Lisboa para o Rio
de Janeiro .Liberou-se a tipografia ,antes
proibida,permitindo que se criassem jornais e se editassem livros.A Gazeta do
Rio de Janeiro foi o primeiro jornal a ser editado no Brasil,em setembro de
1808 .Depois dele,apareceram outros ,como o Jornal do Comércio,publicado até os
dias de hoje.Por influência do conde da Barca, adepto da aproximação com a França,
um grupo de artistas foi convidado para vir ao Brasil divulgar os aspectos
louváveis da cultura francesa, tida na época como o real de civilização. Em
abril de 1816, chegou ao Rio de Janeiro
a missão artística francesa,liderada por Joachim Lebreton,os irmãos
Taunay ,o arquiteto Grandjean de Montigny e o famoso pintor Jean-Baptiste
Debret .Todos haviam servido ao governo de Napoleão e caíram em desgraça após a
derrota do imperador e a restauração dos Bourbons ao trono francês.Mas não
vieram só franceses.Naturalistas de várias partes do mundo estiveram no Brasil
para estudar suas exuberantes flora e fauna,destacando-se o príncipe prussiano
Maximilian Von Wied-Neuwied,o francês Auguste de Saint-Hilaire ,o barão Georg
Heinrich Von Langsdorff,Karl Philipp Von Martius e Johann Baptist Von Spix.O
pintor austríaco Thomas Ender veio na comitiva da princesa Leopoldina e,junto
com os naturalistas Martius e Spix,compôs a missão austríaca .Outros
estrangeiros deixaram abundantes registros sobre o Brasil,como o português de
origem inglesa Henry Koster,que se tornou senhor do engenho em Pernambuco,o
comerciante inglês John Luccock e o comerciante francês Louis-Françõis de
Tollenare.Os relatos das viagens e o material iconográfico deixados por eles
são,até hoje,valiosíssimos para o conhecimento do Brasil desse período.
No campo militar,o governo português mandou invadir a Guiana
Francesa,em 1809,em retaliação à invasão napoleônica do reino,e conquistar a
Cisplatina,Futuro Uruguai,em represália à conquista de Olivença,no reino,pelos
espanhóis.
ü Independência ou morte...
D.Pedro dizendo o famoso grito do Ipiranga..."Indepedencia ou morte...". |
O governo de D. João VI (rei a partir de 1816, quando do
falecimento de D. Maria I) foi benéfico para o Brasil, em Portugal ele gerou
fortes ressentimentos – sobretudo entre a burguesia, que desde 1808 perdera o
lucrativo monopólio do comércio com o Brasil.
Além da crise econômica, Portugal sofrera com as invasões
francesas e com as lutas travadas principalmente por tropas britânicas para
repeli-las. Adicionalmente, havia um sentimento de humilhação diante da
Inversão Brasileira, que colocara o Brasil no topo do Reino Unido, tanto em
termos administrativos como econômicos. Napoleão caíra definitivamente em 1815;
mas D. João recusava-se a voltar para Portugal, o que abria a perspectiva de o
Rio de Janeiro se tornar a capital permanente da Monarquia Lusa.
Desde fins do século XVIII, as ideias antiabsolutistas vinham
penetrando em Portugal. Essa ideologia ganhou maior espaço durante a ausência
da Família Real, já que tanto ingleses como franceses – cujas tropas disputavam
o território português – representavam tendências contrárias ao Antigo Regime
ainda vigente em Portugal: os britânicos, pelo fato de adotarem a monarquia
parlamentarista; os franceses, porque ainda personificavam o ímpeto de sua
Revolução, se bem que transmudado no centralismo napoleônico.Após a expulsão
dos invasores franceses, Portugal passou a ser administrado por um general
inglês, Beresford. D. João foi constrangido a nomeá-lo substituto imediato do
rei para o território português. Na prática, porém, Beresford atuava como
administrador absoluto, subordinado apenas formalmente à autoridade real. Uma
humilhação a mais para os portugueses.
Em 24 de agosto de 1820, aproveitando a ausência de
Beresford, que viajara para o Rio de Janeiro, irrompeu na cidade do Porto uma
revolução liberal, conduzida pela burguesia mas com forte participação popular.
O movimento ganhou rapidamente o país e uma Junta Provisória de governo
convocou eleições para uma Assembléia Constituinte que poria fim ao absolutismo.
No Brasil, as novas sobre a Revolução do Porto tiveram boa
aceitação, tanto entre a aristocracia rural como entre os comerciantes
portugueses aqui radicados. D. João VI, confrontado com uma grande manifestação
popular, jurou respeitar a Constituição que iria ser feita em Portugal; aceitou
ainda que as províncias brasileiras passassem a ser administradas por Juntas
Provisórias formadas por figuras locais preeminentes, enquanto não se
promulgava uma Constituição para o Reino Unido.
Em janeiro de 1821, a Assembléia Constituinte foi instalada
em Lisboa, com o nome de Cortes. Deputados brasileiros foram enviados para
participar dos debates.
Mas as Cortes de Lisboa tinham uma posição ambígua: eram
indiscutivelmente liberais em relação a Portugal; mas na atitude para com o
Brasil eram reacionárias, pois tinham o projeto de recolonizá-lo, mediante a
supressão do Reino Unido declarado em 1815. Para executar esse projeto, porém,
era necessário primeiro que o governo português se reinstalasse em Portugal.Como
D. João VI não era mais absoluto e as Cortes representavam a máxima autoridade
política do Reino Unido, não foi difícil pressioná-lo para voltar. Assim, em 24
de abril de 1821, o monarca embarcou com sua família para Lisboa. Deixou no Rio
de Janeiro, porém, com o título de príncipe-regente, seu filho e herdeiro D.
Pedro, com 24 anos. E, ao se despedir, deu-lhe o célebre conselho: “Pedro, se o
Brasil se separar de Portugal, toma a coroa para ti, antes que algum
aventureiro lance mão dela.”
Em 7 de setembro seguinte, com o famoso grito do Ipiranga...”Independência
ou morte” ...,o príncipe atendeu à recomendação do pai.
Pintura representando o embarque da Família Real de volta a Portugal em abril de 1821. |
ü
Depois da
independência o que mudou no Brasil?O que continuou?
Os Estados Unidos foram o
primeiro país a reconhecer a independência do Brasil oficialmente. Não obstante, a adoção da forma
de governo monárquico e as tendências absolutistas do imperador brasileiro
gerou resistência ao reconhecimento da independência do Brasil por outros
países americanos recém-libertos do jugo colonial. Na Europa, por outro lado,
as nações conservadoras se opunham ao reconhecimento da independência de
qualquer ex-colônia. A Inglaterra, porém,
desempenhou um papel de mediadora, nas negociações para o reconhecimento internacional
da independência do Brasil. Obtiveram deste modo, inúmeras vantagens
comerciais. O Brasil
negociou com a Grã-Bretanha e aceitou pagar indenizações de 2 milhões de libras esterlinas Portugal num acordo conhecido como Tratado de Amizade e Aliança firmado entre Brasil e Portugal. A
Grã-Bretanha saiu lucrando, tendo início o endividamento externo do Brasil.
Quando D. João
VI retornou a Lisboa, por ordem das Cortes, levou todo o dinheiro que podia —
calcula-se que 50 milhões de cruzados, apesar de ter deixado no Brasil a sua prataria e a enorme biblioteca, com obras raras
que compõem hoje o acervo da Biblioteca Nacional. Em consequência da
leva deste dinheiro para Portugal, o Banco do Brasil, fundado por D. João
ainda 1808, veio a falir em 1829.
À semelhança do
processo de independência de outros países latino-americanos, o de
independência do Brasil preservou o status quo das elites agroexportadoras, que conservaram e ampliaram os seus
privilégios políticos, econômicos e sociais.
A independência, no entanto,
não resultou em transformações políticas profundas, nem tampouco sociais,
porque D. Pedro já governava o país desde que D. João VI havia voltado para
Portugal. Foi uma independência sem muitas mudanças no quadro político e social
do país. . O Brasil continuou agrário,
atrasado, escravista e monárquico. E o poder político, também continuou nas
mãos das mesmas das mesmas pessoas. Em muitas regiões do Brasil, as pessoas só
foram saber do ato político muito tempo depois.
Mas foi um passo decisivo
para o início da organização do estado brasileiro. Significou soberania para
que o país pudesse estabelecer suas normas políticas e sua administração
pública,tanto que dois anos depois, o Brasil já tinha sua primeira constituição.
Poucos meses depois, nas
principais cidades do novo país, muitos homens começaram a mudar alguns de seus
hábitos. Os nacionalistas mais empolgados penteavam o cabelo de forma a deixar
uma risca definida no meio da cabeça. Era a chamada "estrada da liberdade",
uma forma de simbolizar os caminhos abertos pela Independência. O uso do
cavanhaque, incomum entre os portugueses, também foi adotado para marcar
diferença. O povo deixou de fumar os adorados charutos cubanos - era
obrigatório valorizar o produto nacional.Ninguém consumia mais cachimbo,pois
tornou-se símbolo dos exploradores europeus.
Sob o impacto dos 13 anos de
estadia da corte, tudo mudou na cidade. A população saltou de 43 mil
habitantes, em 1799, para 79 mil, em 1821 (ou 110 mil com a área rural). A capital
já tinha uma primeira geração de médicos formados no Brasil, nas faculdades de
medicina do Rio e de Salvador. Em uma época de condições sanitárias precárias,
cujo sistema de esgoto consistia em grandes latões de dejetos carregados por
escravos, esses doutores começavam a substituir os barbeiros com suas
sanguessugas. Era uma forma de reduzir a mortalidade em geral, o impacto das
mortes no parto e, principalmente, das "febres de março", que faziam
diversas vítimas todos os anos. As
mortes eram bem superiores aos nascimentos. As
mulheres se viravam bem,cozinhavam e costuravam para a família e ainda vendiam
nas ruas quitutes, toalhas e roupas com a ajuda de um ou dois escravos.A
Independência dá um novo dinamismo às províncias. As pessoas têm uma grande
mobilidade social, econômica e cultural. Escravos e livres se movimentam muito
e exercem atividades econômicas variadas. Surgiu uma primeira geração de
ex-escravos livres. E eles, em especial as mulheres, ganharam um grande poder
com a possibilidade de se casar com brancos e com a liberdade para exercer
diversas atividades econômicas simultâneas,Por outro lado, a chegada de
escravos, que continuavam sendo vendidos em grandes quantidades no Brasil,
manteve um grande intercâmbio cultural com a África. Também havia contato com
estrangeiros de outros lugares."
Referências:
http://guiadoestudante.abril.com.br/
http://pt.wikipedia.org/
http://www.infoescola.com/
http://www.curso-objetivo.br/vestibular/roteiro_estudos/periodo_joanino.aspx
http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_liberalismo.htm
http://www.historiadobrasil.net/
http://www.suapesquisa.com/
http://www.ebah.com.br/
http://www.historiabrasileira.com/
Trabalho de historia referente ao tema:
Limites do liberalismo no processo de Independência do Brasil,
feito pelos alunos:
Matheus C. Carvalho Nº27
Móises Amparo Nº29
Rutheane Ferreira Nº39
Wallisson victor Nº43
Turma:2ºC
Professora:Débora
Colégio:C.E.M 01 de São Sebastião - Df
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