terça-feira, 15 de abril de 2014


Limites do liberalismo no processo de independência do Brasil:
A palavra liberal refere-se a uma filosofia política que tenta limitar o poder político, defendendo e apoiando os direitos individuais. Tais ideias surgiram com os pensadores iluministas do século XVIII,  como John Locke e Montesquieu, que tentaram estabelecer os limites do poder político ao a firmarem que existiam direitos naturais e leis fundamentais de governo que nem os reis poderiam ultrapassar sob o risco de se transformarem em tiranos.
         Tais pensamentos combinavam com a ideia de que a  liberdade comercial iria ser benéfica a todos. Tal ideia foi posteriormente associada com a defesa do capitalismo. O liberalismo econômico pregava o fim da intervenção do Estado na produção e na distribuição das riquezas, o fim das medidas protecionistas e dos monopólios e defendia a livre concorrência entre as empresas. No Brasil, as ideias liberais chegaram no início do século XIX, tendo maior influência a partir da Independência de 1822. O liberalismo brasileiro só pode ser entendido com referência à realidade brasileira. Os principais adeptos foram homens interessados na economia de exportação e importação, muitos proprietários de grandes extensões de terra e escravos. Ansiavam por manter as estruturas tradicionais de produção, libertando-se do jugo de Portugal e ganhando espaço no livre-comércio. Esta elite tencionava manter as estruturas sociais e econômicas. Após a independência, os liberais tencionavam ampliar o poder legislativo em detrimento do poder real.
      Durante o período Imperial teremos a formação de dois grupos políticos distintos no Brasil: liberais e conservadores. Os primeiros defendiam um sistema de educação livre do controle religioso, uma legislação favorável à quebra do monopólio da terra e favoreciam a descentralização das províncias e municípios. Os conservadores opunham-se a essas ideias. Todo o período imperial foi marcado por tensões e conciliações entre os dois grupos. Vários conservadores passaram para o lado liberal e como também vários liberais foram responsáveis por  fundar o Partido Republicano no final deste período.Os liberais brasileiros foram incapazes de realizar os ideais do liberalismo, pois estes transcendiam a política. Nenhuma das reformas que os liberais realizaram eliminou o conflito entre a retórica liberal e o sistema de patronagem. As reformas defendiam apenas os seus interesses comerciais e a manutenção da exploração do trabalho.
     Temos  que distinguir dois tipos de liberalismo no Brasil: aquele ligado aos proprietários rurais e aquele dos profissionais urbanos. Estes últimos só apareceram a partir da década de 1860, com o maior desenvolvimento urbano e o aumento das pessoas letradas. Neste meio urbano, o liberalismo clássico dos direitos individuais teve melhores condições de se desenvolver.


ü     A independência política no Brasil - Introdução:


A independência do Brasil, enquanto processo histórico se desenhou muito tempo antes do príncipe regente Dom Pedro I proclamar o fim dos nossos laços coloniais às margens do rio Ipiranga. De fato, para entendermos como o Brasil se tornou uma nação independente, devemos perceber como as transformações políticas, econômicas e sociais inauguradas com a chegada da família da Corte Lusitana ao país abriram espaço para a possibilidade da independência. A chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil foi episódio de grande importância para que possamos iniciar as justificativas da nossa independência. Ao pisar em solo brasileiro, Dom João VI tratou de cumprir os acordos firmados com a Inglaterra, que se comprometera em defender Portugal das tropas de Napoleão e escoltar a Corte Portuguesa ao litoral brasileiro. Por isso, mesmo antes de chegar à capital da colônia, o rei português realizou a abertura dos portos brasileiros às demais nações do mundo. Do ponto de vista econômico, essa medida pôde ser vista como um primeiro “grito de independência” onde a colônia brasileira não mais estaria atrelada ao monopólio comercial imposto pelo antigo pacto colonial. Com tal medida, os grandes produtores agrícolas e comerciantes nacionais puderam avolumar os seus negócios e viver um tempo de prosperidade material nunca antes experimentado em toda história colonial. A liberdade já era sentida no bolso de nossas elites. Para fora do campo da economia, podemos salientar como a reforma urbanística feita por Dom João VI promoveu um embelezamento do Rio de Janeiro até então nunca antes vivida na capital da colônia, que deixou de ser uma simples zona de exploração para ser elevada à categoria de Reino Unido de Portugal e Algarves. Se a medida prestigiou os novos súditos tupiniquins, logo despertou a insatisfação dos portugueses que foram deixados à mercê da administração de Lorde Protetor do exército inglês. Essas medidas, tomadas até o ano de 1815, alimentaram um movimento de mudanças por parte das elites lusitanas, que se viam abandonada por sua antiga autoridade política. Foi nesse contexto que uma revolução constitucionalista tomou conta dos quadros políticos portugueses em agosto de 1820. A Revolução Liberal do Porto tinha como objetivo reestruturar a soberania política portuguesa por meio de uma reforma liberal que limitaria os poderes do rei e reconduziria o Brasil à condição de colônia. Os revolucionários lusitanos formaram uma espécie de Assembléia Nacional que ganhou o nome de “Cortes”. Nas Cortes, as principais figuras políticas lusitanas exigiam que o rei Dom João VI retornasse à terra natal para que o mesmo legitimasse as transformações políticas em andamento. Temendo perder sua autoridade real, D. João saiu do Brasil em 1821 e nomeou seu filho, D. Pedro I, como príncipe regente do Brasil. A medida ainda foi acompanhada pelo rombo dos cofres brasileiros, o que deixou a nação em péssimas condições financeiras. Em meio às conturbações políticas que se viam contrárias às intenções políticas dos lusitanos, Dom Pedro I tratou de tomar medidas em favor da população tupiniquim. Entre suas primeiras medidas, o príncipe regente baixou os impostos e equiparou as autoridades militares nacionais às lusitanas. Naturalmente, tais ações desagradaram bastante as Cortes de Portugal. Mediante as claras intenções de Dom Pedro, as Cortes exigiram que o príncipe retornasse para Portugal e entregasse o Brasil ao controle de uma junta administrativa formada pelas Cortes. A ameaça vinda de Portugal despertou a elite econômica brasileira para o risco que as benesses econômicas conquistadas ao longo do período joanino corriam. Dessa maneira, grandes fazendeiros e comerciantes passaram a defender a ascensão política de Dom Pedro I a líder da independência brasileira. No final de 1821, quando as pressões das Cortes atingiram sua força máxima, os defensores da independência organizaram um grande abaixo-assinado requerendo a permanência e Dom Pedro no Brasil. A demonstração de apoio dada foi retribuída quando, em 9 de janeiro de 1822, Dom Pedro I reafirmou sua permanência no conhecido Dia do Fico. A partir desse ato público, o príncipe regente assinalou qual era seu posicionamento político. Logo em seguida, Dom Pedro I incorporou figuras políticas pró-independência aos quadros administrativos de seu governo. Entre eles estavam José Bonifácio, grande conselheiro político de Dom Pedro e defensor de um processo de independência conservador guiado pelas mãos de um regime monárquico. Além disso, Dom Pedro I firmou uma resolução onde dizia que nenhuma ordem vinda de Portugal poderia ser adotada sem sua autorização prévia. Essa última medida de Dom Pedro I tornou sua relação política com as Cortes praticamente insustentável. Em setembro de 1822, a assembleia lusitana enviou um novo documento para o Brasil exigindo o retorno do príncipe para Portugal sob a ameaça de invasão militar, caso a exigência não fosse imediatamente cumprida. Ao tomar conhecimento do documento, Dom Pedro I (que estava em viagem) declarou a independência do país no dia 7 de setembro de 1822, as margens do Rio Ipiranga.
Motivos da independência do Brasil:
ü  Vontade de grande parte da elite política brasileira em conquistar a autonomia política
ü  Desgaste do sistema de controle econômico, com restrições e altos impostos, exercido pela Coroa Portuguesa no Brasil;
ü  Tentativa da Coroa Portuguesa em recolonizar o Brasil.


O vídeo acima explica 
sobre a Independência do Brasil...

ü  Início do descobrimento e a produção colonial
Portugueses e índios tendo primeiro contato.
A expressão "descobrimento" do Brasil está composta de eurocentrismo ,que significa  a valorização  da cultura europeia em detrimento das outras, pois desconsidera a existência dos índios em nosso país antes da chegada dos portugueses. Portanto, opta-se pelo termo "chegada" dos portugueses ao Brasil. Esta ocorreu em 22 de abril de 1500, data que inaugura a fase pré-colonial.Neste período não houve a colonização do Brasil, pois os portugueses não se fixaram na terra. Após os primeiros contatos com os indígenas, muito bem relatados na carta de Caminha, os portugueses começaram a explorar o pau-brasil da Mata Atlântica.
O pau-brasil tinha um grande valor no mercado europeu, pois sua seiva, de cor avermelhada, era muito utilizada para tingir tecidos. Para executar esta exploração, os portugueses utilizaram o escambo, ou seja, deram espelhos, apitos, chocalhos e outras bugigangas aos nativos em troca do trabalho (corte do pau-brasil e carregamento até as caravelas).



Nestes trinta anos, o Brasil foi atacado pelos holandeses, ingleses e franceses que tinham ficado de fora do Tratado de Tordesilhas. Os corsários ou piratas também saqueavam e contrabandeavam o pau-brasil, provocando pavor no rei de Portugal. O medo da coroa portuguesa era perder o território brasileiro para outro país. Para tentar evitar estes ataques, Portugal organizou e enviou ao Brasil as Expedições Guarda-Costas, porém com poucos resultados.
Os portugueses continuaram a exploração da madeira, construindo as feitorias no litoral que nada mais eram do que armazéns e postos de trocas com os indígenas.
No ano de 1530, o rei de Portugal organizou a primeira expedição com objetivos de colonização. Esta foi comandada por Martin Afonso de Souza e tinha como objetivos: povoar o território brasileiro, expulsar os invasores e iniciar o cultivo de cana-de-açúcar no Brasil.

O açúcar era um produto de muita aceitação na Europa e alcançava um grande valor. Após as experiências positivas de cultivo no Nordeste, já que a cana-de-açúcar se adaptou bem ao clima e ao solo nordestino, começou o plantio em larga escala. Seria uma forma de Portugal lucrar com o comércio do açúcar, além de começar o povoamento do Brasil. A mão-obra-obra escrava, de origem africana, foi utilizada nesta fase.

Os portugueses continuaram a exploração da madeira, construindo as feitorias no litoral que nada mais eram do que armazéns e postos de trocas com os indígenas.

Para melhor organizar a colônia, o rei resolveu dividir o Brasil em Capitanias Hereditárias. O território foi dividido em faixas de terras que foram doadas aos donatários. Estes podiam explorar os recursos da terra, porém ficavam encarregados de povoar, proteger e estabelecer o cultivo da cana-de-açúcar. No geral, o sistema de Capitanias Hereditárias fracassou, em função da grande distância da Metrópole, da falta de recursos e dos ataques de indígenas e piratas. As capitanias de São Vicente e Pernambuco foram as únicas que apresentaram resultados satisfatórios, graças aos investimentos do rei e de empresários.
A capital do Brasil neste período foi Salvador, pois a região Nordeste era a mais desenvolvida e rica do país.
Após a descoberta das primeiras minas de ouro, Portugal tratou de organizar sua extração. Interessado nesta nova fonte de lucros, já que o comércio de açúcar passava por uma fase de declínio, ele começou a cobrar o quinto. O quinto nada mais era do que um imposto cobrado pela coroa portuguesa e correspondia a 20% de todo ouro encontrado na colônia. Este imposto era cobrado nas Casas de Fundição.A descoberta de ouro e o início da exploração da minas nas regiões auríferas (Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás) provocou uma verdadeira "corrida do ouro" para estas regiões. Procurando trabalho na região, desempregados de várias regiões do país partiram em busca do sonho de ficar rico da noite para o dia.


ü  A relação entre a metrópole portuguesa e os colonos

Ao contrário dos espanhóis que rapidamente encontraram metais preciosos em suas colônias, os portugueses levaram alguns séculos até chegar às minas de ouro. Mas isso não impediu que desenvolvessem também uma colonização de exploração.A princípio se beneficiaram com o pau-brasil, árvore abundante no litoral brasileiro, mas que foi totalmente extinta. Dela retirava-se um líquido que servia para tingir tecidos.O rei de Portugal, à época Dom Sebastião, não demorou a declarar a exploração do pau-brasil monopólio da Metrópole. Ninguém poderia retirar pau-brasil sem permissão da coroa portuguesa e o pagamento de tributos.O primeiro a conseguir o direito de explorar o pau-brasil foi um comerciante português, Fernão de Noronha. Ele se estabeleceu no litoral do nordeste brasileiro, em 1502.
Por ser uma colônia, o Brasil estava submetido ao pacto colonial português, também chamado exclusivo comercial metropolitano, que foi um sistema pelo qual os países da Europa que possuíam colônias na América, mantinham o monopólio da importação das matérias-primas mais lucrativas dessas possessões, bem como da exportação de bens de consumo para as respectivas colônias.
O pacto colonial inclui obediência política, ou seja, as leis a serem obedecidas deviam ser as mesmas leis (ou adaptadas) da metrópole correspondente à colônia.O objetivo das autoridades reais era garantir que as atividades econômicas da colônia gerassem lucros para a metrópole.O pacto,limitava as atividades econômicas da elite colonial. Por um lado, os colonos só podiam vender sua produção a comerciantes legalizados pelas metrópoles, o que não garantia bons preços a eles. Por outro lado, a proibição de instalação de manufaturas nas colônias na América impedia a elite colonial de investir em outro setor de produção que não fosse o agrário. Resumindo, pacto colonial é o conjunto de regras que regem o relacionamento entre as Metrópoles e suas colônias.
O fim do pacto colonial só ocorreu em 1808, com a vinda da família real para o Brasil. Dom João, Príncipe Regente, assinou uma carta Régia abrindo os portos às nações amigas, ou seja, o Brasil deixava a partir desta data de comercializar somente com Portugal.Outra medida importante foi a liberação para que a colônia passasse a produzir manufaturas. Dom João esperava, com esta atitude, impulsionar a produção manufatureira aqui no Brasil, mas isto não ocorreu.
Em 1810, foi firmado um tratado comercial com a Inglaterra, o qual estabeleceu que os produtos ingleses entrariam no Brasil pagando um imposto menor. A Inglaterra passou a pagar 15% de imposto sobre o valor das mercadorias, enquanto Portugal 16% e outros países, 24%.

ü  As pessoas se revoltam contra os portugueses e assim surgiram revoltas,guerras,inconfidências....

Durante o processo de independência do Brasil,a população estava se revoltando contra os portugueses no poder devido à diversos motivos .Atitudes como a exploração política e econômica exercida por Portugal sobre o Brasil levaram com que ocorre-se várias revoltas e  inconfidências pelo Brasil,entre estas as mais conhecidas são a Inconfidência Mineria,Inconfidência baiana,Revolta dos mascates e Guerra dos emboadas.

Desenho representativo de Tiradentes,com a bandeira
de Minas gerais.
Inconfidência Mineira,foi um movimento de caráter separatista,ocorrido em Minas Gerais no ano de 1789,cujo principal objetivo era libertar o Brasil do domínio português.O lema da Inconfidência era “Liberdade,ainda que tardia’’.Os principais representantes da inconfidência mineira foram: Claudio Manuel da Costa,Inácio José de Alvarenga Peixoto,Tomás Antônio Gonzaga,Carlos Correia,Oliveira Rolim,Francisco Antônio de Oliveira Lopes e o principal representante,Joaquim José da Silva Xavier( Tiradentes).



A inconfidência Baiana ou Revolta dos Alfaiates foi um movimento de caráter emancipacionista, ocorrido no em 1798, na então Capitania da Bahia. Teve influências dos ideais da Revolução Francesa, defendeu importantes mudanças sociais e políticas na sociedade.Os motivos que levaram a essa revolta foram a insatisfação popular com o elevado preço cobrado pelos produtos essenciais e alimentos,além da carência destes,a forte insatisfação com o domínio português sobre a colônia Brasil.Tinham como objetivo colocar um fim no pacto colonial com Portugal,liberdade e igualdade entre as pessoas.O movimento contou com a participação de pobres,letrados,padres,escravos,ex-escravos,pequenos comerciantes,alfaiates e um dos principais líderes,o médico baiano Cipriano Barata.

Na guerra dos mascates ,que ocorreu entre 1710 e 1711 na capitania de Pernambuco, ouve uma rebelião nativista pela disputa do poder político entre as cidades de Olinda e Recife. O conflito correu,entre a aristocracia açucareira de Olinda e os mascates,que na verdade eram comerciantes portugueses,de Recife.

Na guerra dos emboabas, os bandeirantes queriam exclusividade na exploração do ouro nas minas que encontraram. Entraram em choque com os paulistas que estavam explorando o ouro das minas.

ü  O quê é e como foi o período Joanino?
Napoleão Bonaparte,imperador da França.
Napoleão Bonaparte foi coroado imperador da França em 1804. Conquistou grande parte da Europa continental,porém, não conseguiu, contudo, submeter a Inglaterra.
Em 1806, o imperador francês Napoleão Bonaparte assinou em Berlim o decreto do Bloqueio Continental, que proibia, a todos os países do continente europeu, fazer comércio com a Grã-Bretanha .O fato de Napoleão ter determinado essa medida em plena capital da Prússia , nos dá conta da hegemonia que ele alcançara sobre as demais monarquias da Europa. O Bloqueio Continental deixou Portugal em uma situação delicada. Desde 1641, o país caíra sob a dominação da Inglaterra. Se por um lado Portugal não podia afrontar Napoleão, dada sua vulnerabilidade a um ataque francês, por outro também não podia simplesmente romper com a Inglaterra. A indiscutível supremacia marítima britânica inviabilizaria as comunicações entre Portugal e Brasil – principal colônia lusitana, de cuja exploração dependia a própria sobrevivência econômica de Portugal.

Dom João VI (ao lado de sua esposa, Carlota Joaquina)
Portugal transferiu seu estado para o Brasil ,atitude que foi fundamental para que nosso país pudesse encaminhar seu processo de emancipação política. Após a chegada da  família real portuguesa no Brasil, iniciou-se o período joanino (1808-1821). O governo português concedeu ao comércio e aos cidadãos britânicos condições privilegiadas para atuar no Brasil. Mas outra não poderia ser a atitude lusitana, tendo em vista a fragilidade da posição de Portugal em face de seu poderoso aliado.
Medidas importantes foram tomadas pelo governo de D.João  , como a suspensão  da proibição de manufaturas estabelecidas por D.Maria I ,em 1785.No governo ‘’Joanino’’ criou-se o Banco do Brasil, fundou-se o Jardim Botânico, organizou-se a Academia Militar, a Escola de Belas Artes e a Biblioteca Real (futura Biblioteca Nacional),com cerca de 60 mil obras vindas de Portugal.Instalou-se também o primeiro curso superior do Brasil:a Escola de Cirurgia da Bahia.Várias instituições foram transferidas de Lisboa para o Rio de Janeiro .Liberou-se a tipografia  ,antes proibida,permitindo que se criassem jornais e se editassem livros.A Gazeta do Rio de Janeiro foi o primeiro jornal a ser editado no Brasil,em setembro de 1808 .Depois dele,apareceram outros ,como o Jornal do Comércio,publicado até os dias de hoje.Por influência do conde da Barca, adepto da aproximação com a França, um grupo de artistas foi convidado para vir ao Brasil divulgar os aspectos louváveis da cultura francesa, tida na época como o real de civilização. Em abril de 1816, chegou ao Rio de Janeiro  a missão artística francesa,liderada por Joachim Lebreton,os irmãos Taunay ,o arquiteto Grandjean de Montigny e o famoso pintor Jean-Baptiste Debret .Todos haviam servido ao governo de Napoleão e caíram em desgraça após a derrota do imperador e a restauração dos Bourbons ao trono francês.Mas não vieram só franceses.Naturalistas de várias partes do mundo estiveram no Brasil para estudar suas exuberantes flora e fauna,destacando-se o príncipe prussiano Maximilian Von Wied-Neuwied,o francês Auguste de Saint-Hilaire ,o barão Georg Heinrich Von Langsdorff,Karl Philipp Von Martius e Johann Baptist Von Spix.O pintor austríaco Thomas Ender veio na comitiva da princesa Leopoldina e,junto com os naturalistas Martius e Spix,compôs a missão austríaca .Outros estrangeiros deixaram abundantes registros sobre o Brasil,como o português de origem inglesa Henry Koster,que se tornou senhor do engenho em Pernambuco,o comerciante inglês John Luccock e o comerciante francês Louis-Françõis de Tollenare.Os relatos das viagens e o material iconográfico deixados por eles são,até hoje,valiosíssimos para o conhecimento do Brasil desse período.
No campo militar,o governo português mandou invadir a Guiana Francesa,em 1809,em retaliação à invasão napoleônica do reino,e conquistar a Cisplatina,Futuro Uruguai,em represália à conquista de Olivença,no reino,pelos espanhóis.
ü  Independência ou morte...  
D.Pedro dizendo o famoso grito do Ipiranga..."Indepedencia ou morte...".
 
O governo de D. João VI (rei a partir de 1816, quando do falecimento de D. Maria I) foi benéfico para o Brasil, em Portugal ele gerou fortes ressentimentos – sobretudo entre a burguesia, que desde 1808 perdera o lucrativo monopólio do comércio com o Brasil.
Além da crise econômica, Portugal sofrera com as invasões francesas e com as lutas travadas principalmente por tropas britânicas para repeli-las. Adicionalmente, havia um sentimento de humilhação diante da Inversão Brasileira, que colocara o Brasil no topo do Reino Unido, tanto em termos administrativos como econômicos. Napoleão caíra definitivamente em 1815; mas D. João recusava-se a voltar para Portugal, o que abria a perspectiva de o Rio de Janeiro se tornar a capital permanente da Monarquia Lusa.
Desde fins do século XVIII, as ideias antiabsolutistas vinham penetrando em Portugal. Essa ideologia ganhou maior espaço durante a ausência da Família Real, já que tanto ingleses como franceses – cujas tropas disputavam o território português – representavam tendências contrárias ao Antigo Regime ainda vigente em Portugal: os britânicos, pelo fato de adotarem a monarquia parlamentarista; os franceses, porque ainda personificavam o ímpeto de sua Revolução, se bem que transmudado no centralismo napoleônico.Após a expulsão dos invasores franceses, Portugal passou a ser administrado por um general inglês, Beresford. D. João foi constrangido a nomeá-lo substituto imediato do rei para o território português. Na prática, porém, Beresford atuava como administrador absoluto, subordinado apenas formalmente à autoridade real. Uma humilhação a mais para os portugueses.
Em 24 de agosto de 1820, aproveitando a ausência de Beresford, que viajara para o Rio de Janeiro, irrompeu na cidade do Porto uma revolução liberal, conduzida pela burguesia mas com forte participação popular. O movimento ganhou rapidamente o país e uma Junta Provisória de governo convocou eleições para uma Assembléia Constituinte que poria fim ao absolutismo.
No Brasil, as novas sobre a Revolução do Porto tiveram boa aceitação, tanto entre a aristocracia rural como entre os comerciantes portugueses aqui radicados. D. João VI, confrontado com uma grande manifestação popular, jurou respeitar a Constituição que iria ser feita em Portugal; aceitou ainda que as províncias brasileiras passassem a ser administradas por Juntas Provisórias formadas por figuras locais preeminentes, enquanto não se promulgava uma Constituição para o Reino Unido.
Em janeiro de 1821, a Assembléia Constituinte foi instalada em Lisboa, com o nome de Cortes. Deputados brasileiros foram enviados para participar dos debates.
Mas as Cortes de Lisboa tinham uma posição ambígua: eram indiscutivelmente liberais em relação a Portugal; mas na atitude para com o Brasil eram reacionárias, pois tinham o projeto de recolonizá-lo, mediante a supressão do Reino Unido declarado em 1815. Para executar esse projeto, porém, era necessário primeiro que o governo português se reinstalasse em Portugal.Como D. João VI não era mais absoluto e as Cortes representavam a máxima autoridade política do Reino Unido, não foi difícil pressioná-lo para voltar. Assim, em 24 de abril de 1821, o monarca embarcou com sua família para Lisboa. Deixou no Rio de Janeiro, porém, com o título de príncipe-regente, seu filho e herdeiro D. Pedro, com 24 anos. E, ao se despedir, deu-lhe o célebre conselho: “Pedro, se o Brasil se separar de Portugal, toma a coroa para ti, antes que algum aventureiro lance mão dela.”
Em 7 de setembro seguinte, com o famoso grito do Ipiranga...”Independência ou morte” ...,o príncipe atendeu à recomendação do pai.
Pintura representando o embarque da Família Real de volta a Portugal em abril de 1821.
ü  Depois da independência o que mudou no Brasil?O que continuou?

Os Estados Unidos foram o primeiro país a reconhecer a independência do Brasil  oficialmente. Não obstante, a adoção da forma de governo monárquico e as tendências absolutistas do imperador brasileiro gerou resistência ao reconhecimento da independência do Brasil por outros países americanos recém-libertos do jugo colonial. Na Europa, por outro lado, as nações conservadoras se opunham ao reconhecimento da independência de qualquer ex-colônia. A Inglaterra, porém, desempenhou um papel de mediadora, nas negociações para o reconhecimento internacional da independência do Brasil. Obtiveram deste modo, inúmeras vantagens comerciais. O Brasil negociou com a Grã-Bretanha e aceitou pagar indenizações de 2 milhões de libras esterlinas Portugal num acordo conhecido como Tratado de Amizade e Aliança firmado entre Brasil e Portugal. A Grã-Bretanha saiu lucrando, tendo início o endividamento externo do Brasil.
Quando D. João VI retornou a Lisboa, por ordem das Cortes, levou todo o dinheiro que podia — calcula-se que 50 milhões de cruzados, apesar de ter deixado no Brasil a sua prataria e a enorme biblioteca, com obras raras que compõem hoje o acervo da Biblioteca Nacional. Em consequência da leva deste dinheiro para Portugal, o Banco do Brasil, fundado por D. João ainda 1808, veio a falir em 1829.
À semelhança do processo de independência de outros países latino-americanos, o de independência do Brasil preservou o status quo das elites agroexportadoras, que conservaram e ampliaram os seus privilégios políticos, econômicos e sociais.
A independência, no entanto, não resultou em transformações políticas profundas, nem tampouco sociais, porque D. Pedro já governava o país desde que D. João VI havia voltado para Portugal. Foi uma independência sem muitas mudanças no quadro político e social do país. . O Brasil continuou agrário, atrasado, escravista e monárquico. E o poder político, também continuou nas mãos das mesmas das mesmas pessoas. Em muitas regiões do Brasil, as pessoas só foram saber do ato político muito tempo depois.
Mas foi um passo decisivo para o início da organização do estado brasileiro. Significou soberania para que o país pudesse estabelecer suas normas políticas e sua administração pública,tanto que dois anos depois, o Brasil já tinha sua primeira constituição.
Poucos meses depois, nas principais cidades do novo país, muitos homens começaram a mudar alguns de seus hábitos. Os nacionalistas mais empolgados penteavam o cabelo de forma a deixar uma risca definida no meio da cabeça. Era a chamada "estrada da liberdade", uma forma de simbolizar os caminhos abertos pela Independência. O uso do cavanhaque, incomum entre os portugueses, também foi adotado para marcar diferença. O povo deixou de fumar os adorados charutos cubanos - era obrigatório valorizar o produto nacional.Ninguém consumia mais cachimbo,pois tornou-se símbolo dos exploradores europeus.
Sob o impacto dos 13 anos de estadia da corte, tudo mudou na cidade. A população saltou de 43 mil habitantes, em 1799, para 79 mil, em 1821 (ou 110 mil com a área rural). A capital já tinha uma primeira geração de médicos formados no Brasil, nas faculdades de medicina do Rio e de Salvador. Em uma época de condições sanitárias precárias, cujo sistema de esgoto consistia em grandes latões de dejetos carregados por escravos, esses doutores começavam a substituir os barbeiros com suas sanguessugas. Era uma forma de reduzir a mortalidade em geral, o impacto das mortes no parto e, principalmente, das "febres de março", que faziam diversas vítimas todos os anos. As  mortes eram bem superiores aos nascimentos. As mulheres se viravam bem,cozinhavam e costuravam para a família e ainda vendiam nas ruas quitutes, toalhas e roupas com a ajuda de um ou dois escravos.A Independência dá um novo dinamismo às províncias. As pessoas têm uma grande mobilidade social, econômica e cultural. Escravos e livres se movimentam muito e exercem atividades econômicas variadas. Surgiu uma primeira geração de ex-escravos livres. E eles, em especial as mulheres, ganharam um grande poder com a possibilidade de se casar com brancos e com a liberdade para exercer diversas atividades econômicas simultâneas,Por outro lado, a chegada de escravos, que continuavam sendo vendidos em grandes quantidades no Brasil, manteve um grande intercâmbio cultural com a África. Também havia contato com estrangeiros de outros lugares."

Apesar da grande desigualdade social, a miséria e a fome não eram tão comuns .No Sudeste, as indústrias incipientes ganharam fôlego - especialmente fábricas de barcos, pólvora e tecidos.Mas as transformações mais radicais aconteceram mesmo na sede do Império: o Rio de Janeiro.A província e o centro-oeste do país ganhavam pujança econômica com a produção de carne, leite, tecidos e outros itens vendidos para o Rio de Janeiro. Moradores migraram para o campo.


Referências:
http://guiadoestudante.abril.com.br/
http://pt.wikipedia.org/
http://www.infoescola.com/
http://www.curso-objetivo.br/vestibular/roteiro_estudos/periodo_joanino.aspx
http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_liberalismo.htm
http://www.historiadobrasil.net/
http://www.suapesquisa.com/
http://www.ebah.com.br/
http://www.historiabrasileira.com/


Trabalho de historia referente ao tema:
Limites do liberalismo no processo de Independência do Brasil,
feito pelos alunos:
Matheus C. Carvalho   27
Móises Amparo            29
Rutheane Ferreira      39
Wallisson victor            43 

Turma:2ºC
Professora:Débora
Colégio:C.E.M 01 de São Sebastião - Df

2 comentários:

  1. Emperor Casino | Shootercasino.com
    Play online casino at the best place to win real money at 제왕카지노 the Emperor หารายได้เสริม Casino worrione and over 5000 other casino games. Get the best bonuses and offers from

    ResponderExcluir
  2. The best slots at Casino.info for 2021 - Bonuses, Software
    No, you rahsanduren.com don't 피망 포커 머니 상 have to, there are some great bet 뜻 slots at the online 에볼루션 바카라 gambling market that are available, 사카마치 미루 but only so we have a look at the best slot

    ResponderExcluir